terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Hipersensibilidade Tipo I ( Alergia )


Boa tarde. Hoje irei falar do meu assunto imunológico favorito, Hiper I ( Alergia ).
Espero estar sendo claro,qualquer dúvida restante sobre esse tema, post a pergunta e se estiver ao meu alcance,responderei.



Vamos lá.

O desvio do atópico começa em LTH2 devido à sua cooperação maior.


O fato de LB produzir IgE é conseqüência da ação do receptor de maior afinidade para IgE (menor concentração de antígeno leva ao estímulo de células) mais efetiva de LTH2.


LTH2 → IL4 → estimula LB a producir IgE.


A IgE vai à superficie de mastócitos e basófilos levando à segunda parte do mecanismo : Desencadeamento.


IgE liga-se por FcIgE no receptor FcERI na célula (basófilo e mastócito).


Quando IgE gruda no seu receptor, apenas teremos uma células revestida de IgE. A partir da re-exposição ao mesmo alérgeno, ocorrerá o desencadeamento da reação alérgica.


Existem graduações de dose para hipersenbilizar os organismos.


Depois de sensibilizado, o desencadeamento é imediato. Por isso, essa reação é chamada de “Reação de hipersensibilidade imediata”.


No desencadeamento, após à re-exposição alérgeno, o alérgeno vai até IgE específica na superficie de células fazendo “Cross Linking”- reação cruzada. 


Com isso, ele liga-se a duas IgE sucessivas e promove a ativação de mastócitos e, conseqüentemente, liberação de mediadores(Histamina).


Assim causando a alergia.


[E.M.; J.C. ; Abbas]





Resposta Imunológica Patogênica ( Imunopatologia )

A resposta imunológica patogênica é uma via de mão dupla que pode ser tanto benéfica quanto maléfica. Torna-se maléfica quando a resposta é exacerbada, saindo do equilíbrio.
A resposta imune SEMPRE leva à lesão de tecido, sendo ela benéfica ou não. Quando essa lesão torna-se muito importante ocorre, então, manifestações clínicas.


Situações em que a resposta imunológica passa a ser prejudicial:

1. Persistência do antígeno

O antígeno escapa dos mecanismos imunológicos iniciais e persiste no organismo. O estímulo do Sistema Imunológico leva à amplificação da resposta levando à lesões sucessivas até que ocorra uma manifestação clínica.
        
2. Determinantes dos antígenos dos organismos muito semelhantes a alguns constituintes próprios da pessoa.
Isso leva a uma reação cruzada. A resposta ocorre frente ao antígeno e contra as nossas próprias células.
        
3. Deposição de antígeno no tecido


O tecido ao redor do local do antígeno também sofrerá lesão. Dependendo do tipo de tecido, teremos manifestações clínicas.

 4. Defeito na regulação da resposta normal (feedback).

O defeito pode se dar na região de respostas negativas. Depois que a resposta começou, ela não consegue mais parar.

EstudMedImunologia celular & molecular; Abul K. Abbas, Andrew H. Litchman, Jordan S, Pober; terceira edição; editora revinter;2000 ].

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Sistema de Complemento (via clássica) ( legendado )




Boa Tarde a todos, achei esse vídeo do sistema complemento(Via Clássica) muito bom. Aprofundem seus estudos pelos livros.

Hematopoese

A hematopoese, também conhecida como hemocitopoese ou hematopoiese é o processo de renovação celular do sangue por meio de processos mitóticos, pois estas células possuem vida muito curta. Esse processo ocorre nos órgão hemocitopoéticos (ou hematopoéticos).

                                                                     Eritropoese
                             


                                                                        Mielopoiese
                            

                                                             Mielopoiese eosinofílica
                             

                                                 Mielopoiese basofílica
                            

                                                          Monopoese
                             

                                                        Linfopoese
                              

                                                                        Trombopoese
                              






[ B.Câmara ; I.E. ]

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Órgãos Linfóides

Os tecidos linfóides são classificados em primários e secundários. 


Os primários representam o local onde ocorrem as principais fases de amadurecimento dos linfócitos. O timo e a medula óssea são tecidos primários, pois é o local onde amadurecem os linfócitos T e B respectivamente.


Os tecidos linfóides secundários são os que efetivamente participam da resposta imune, seja ela humoral ou celular. As células presentes nesses tecidos secundários tiveram origem nos tecidos primários, que migraram pela circulação e atingiram o tecido.




                                              Órgãos Linfóides Primários 
Timo


Os lóbulos tímicos podem ser evidenciados por duas zonas, a zona medular e a zona cortical. A zona cortical, que é a mais periférica, apresenta os linfócitos T em maturação e a zona medular possui tecido conjuntivo frouxo e células reticulares epiteliais.
A função do timo é promover a maturação dos linfócitos T que vieram da medula óssea até o estágio de pró-linfócitos que vão para os outros tecidos linfóides, onde se tornam ativos para a resposta imune.


*Se houver uma timectomia no indivíduo, haverá uma deficiência de linfócitos T no organismo, e ausência das áreas timo-dependentes nos órgãos secundários.


Medula Óssea



A medula óssea é constituída por células reticulares, associadas às fibras reticulares, que juntos dão o aspecto esponjoso da medula e tem a função sustentadora e indispensável ao desenvolvimento das células que participam da hematopoiese. No meio deste tecido reticular encontramos uma enorme quantidade de capilares sanguíneos sinusóides, com grandes poros que permite a saída de células maduras.

No tecido reticular encontramos diversos tipos de proteínas de adesão, sendo a hemonectina a mais importante para segurar as células em processo de maturação. A liberação das células para o sangue é feito por estímulos (fatores estimulatórios de liberação), sendo o componente C3b do complemento, glicocorticóides, androgênios e algumas toxinas bacterianas os fatores mais significantes.

A medula realiza a hemocitopoiese e armazena ferro para a síntese de hemoglobina, formando hemácias e leucócitos para o sangue no terceiro mês vida, com a ossificação da clavícula do embrião. No adulto, os ossos longos e a pelve são ossos que efetivamente produzem sangue.

A medula como órgão linfóide primário é capaz de formar pro - linfócitos que vem das células totipotentes. O Pró-linfócito não é capaz de realizar uma resposta imune, então se dirige aos órgãos secundários para se desenvolver. A célula multipotente mielóide e linfoblastos T irão ao timo para formar linfócitos T.



                       Órgãos Linfóides Secundários




Linfonodos



Linfonodos são órgãos pequenos em forma de feijão que aparecem no meio do trajeto de vasos linfáticos. Normalmente estão agrupados na superfície e na profundidade nas partes proximais dos membros, como nas axilas, na região inguinal, no pescoço... Também encontramos linfonodos ao redor de grandes vasos do organismo. Eles filtram a linfa que chega até eles, e removem bactérias, vírus, restos celulares, etc.

No córtex encontramos nódulos linfáticos, ricos em linfócitos B em processo de maturação. A morfologia desses nódulos é interessante: eles possuem um centro germinativo mais claro e uma zona cortical mais densa. Isto ocorre porque os linfócitos B do centro germinativo estão no estágio inicial da maturação, ou seja, são ainda pró-linfócitos. Já os linfócitos B da zona periférica estão mais maduros, com a cromatina mais densa. Vários septos dividem o córtex em lóbulos incompletos. Ao lado desses septos aparecem os seios peritrabeculares. É através deste seio que a linfa entra em contato direto com os lóbulos e atinge a medular. A região cortical  fica vazia  nos linfonodos em indivíduos com deficiência de linfócitos B.

Os linfócitos T são encontrados numa região que fica entre o córtex e a medular, chamada de região paracortical. Neste local, os pró-linfócitos T viram linfócitos T maduros e capazes de realizar a resposta imune. Esta região está ausente quando o indivíduo é submetido a uma timectomia ou apresenta a síndrome de Di George.

Os linfonodos estão completamente vazios de células linfóides em indivíduos com imunodeficiência combinada grave, pois ocorre uma ausência generalizada de linfócitos B e T. A medular possui um aspecto trabecular e se situa no centro do órgão. Nele encontramos numerosos macrófagos, plasmóticos disseminados e linfócitos maduros que estão “prontos” para sair do linfonodo e se dirigir ao local de ação. As células maduras saem pelas veias e v. linfáticos eferentes e atingem a circulação sanguínea e linfática.

Abaixo da cápsula de tecido conjuntivo, que cobre o órgão notamos um espaço chamado de seio subcapsular, onde corre a linfa. Os vasos linfáticos aferentes desembocam aí, sendo o primeiro local de contato do linfonodo com a linfa. Por esse fato é importante notar que aparecem células apresentadoras de antígenos chamadas de células dendríticas (dendríticas porque tem um aspecto ramificado) que pertencem ao SMF. Essas células fagocitam os antígenos que chegam pela linfa, e vão apresentar seus epítopos para os linfócitos B ou T maduros que estão no parênquima do órgão. Desenvolve-se então uma resposta imune. Os linfócitos ativados proliferam-se e atacam os antígenos que chegam ao órgão. Os linfócitos também saem do órgão para a linfa e vão para a circulação sangüínea se dirigir ao local de ação.

A resposta imune que se desenvolve nos linfonodos, dependendo do antígeno, faz com que os linfonodos aumentem de tamanho, devido à grande proliferação dos linfócitos. Este processo de hipertrofia dos linfonodos é chamado de adenite, ou linfadenite. Quando o processo é bem patológico e específico, o linfonodo pode crescer muito (crescimento exagerado) e nesse caso é chamado de adenomegalia.

Linfonodos satélites são linfonodos que recebem a linfa de uma parte determinada do corpo, situados geralmente nas extremidades proximais dos membros, ou próximos a um órgão interno, como pulmão (linfonodos traquebroquiais) e intestino (linfonodos mesentéricos) . Os linfonodos satélites da coxa estão na região inguinal e os linfonodos na perna estão nos linfonodos tibial anterior, e poplíteo, por exemplo. É importante que saibamos a localização anatômica destes linfonodos, pois se encontrarmos uma linfadenite nos linfonodos inguinais, provavelmente esta ocorrendo uma infecção ou carcinoma no membro inferior.
Carcinoma é uma neoplasia maligna que tem origem no tecido epitelial de um órgão, como a pele. Eles costumam dar metástases por via linfática e atingir os linfonodos satélites, malignizando-os. Se ocorrer essa metástase, há necessidade de se retirar os linfonodos para que eles não sejam fonte de crescimento para as células neoplásicas, que podem a partir daí se espalhar para o resto do corpo.


Baço

Tem como função imunológica, a liberação de linfócitos B, T, plasmócitos, e outras células linfóides maduras e capazes e capazes de realizar uma resposta imune para o sangue e não para a linfa.

A polpa branca se refere aos pontos brancos que encontramos no corte histológico do baço. Esses pontos são os corpúsculos de Malpighi. Este corpúsculo é que dá a função de órgão linfóide ao baço. Ele representa o sítio de maturação dos linfócitos. No centro encontramos o centro germinativo que é o local onde existem linfoblastos e pró-linfócitos B em diferenciação. Já na periferia existem linfócitos maduros prontos a realizar alguma resposta imune, que podem sair para o sangue. O corpúsculo recebe no centro uma arteríola, chamada arteríola da polpa branca. Ao redor dela encontramos a bainha periarterial, que é o local onde estão os linfócitos T (pró-linfócitos T) em processo de maturação e desenvolvimento.

Na polpa vermelha encontramos diversas cadeias de células que formam os cordões de Billroth, formados por macrófagos, plaquetas, plasmócitos, células reticulares. A célula reticular é a célula que sustenta fisicamente a polpa vermelha, pois sem ela, a polpa vermelha desmancharia em um caldo de hemácias.


Placas de Peyer


Tem como função a produção de plasmócitos que secretem IgA-secretória para a mucosa, protegendo a mucosa da agressão de micróbios que estão fazem parte da microbiota normal ou micróbios patogênicos que possam vir junto com os alimentos. Se todas as tonsilas forem retiradas do indivíduo, a microbiota normal pode sofrer um desequilíbrio biológico e começar a proliferar excessivamente, dando chance às bactérias oportunistas. Se o indivíduo for um portador são de pneumococo ( patogênico), poderá (devido ao desequilíbrio)  manifestar pneumonia aguda. Os alimentos que ingerimos contém diversos tipos de bactérias, que devem ser atacadas pelas IgA-secretória. Este isotipo depois de produzido pela célula, a IgA atravessa a membrana do epitélio através da ligação com um receptor de superfície. Ao se ligar a este receptor, o complexo é endocitado pela célula, a travessa o citossol para ser liberado na luz do órgão.


[P.E.;,Abbas; M.P.; D.V.]










Função Imune defeituosa após a remoção do baço

O baço pode-se tornar doente e requerer a remoção cirúrgica por várias condições. O trauma do abdômen freqüentemente leva à ruptura da cápsula esplênica e a incontrolada hemorragia interna; o baço pode, também, tornar-se muito voraz em seu apetite para plaquetas fracas,levando a baixos níveis na circulação e aumento a tendência a hemorragias.A esplenectomia pode, todavia, ser necessária para salvar a vida,mas isso não ocorre sem riscos, acarretando um aumento de 40 vezes a incidência de graves infecções microbianas e de 17 vezes na septicemia fatal. As infecções que normalmente se verificam têm um curso rápido e progressivo, envolvendo organismos encapsulados, tais como Streptococcus pneumoniae. A importância do baço na proteção contra essas bactérias provavelmente resulta da combinação de sua capacidade de retardar e filtrar a circulação sanguínea, bem como de atuar como uma unidade de resposta rápida, gerando anticorpos antimicrobianos específicos. Por estas razões, os pacientes que precisam passar por uma esplenectomia deveriam receber vacinação antipneumocócica como rotina.





Teoria da Higiene

A Teoria consiste na análise dos últimos 100 anos em que foi constatado um crescimento vigoroso de alergias em todo o mundo e em especial na zona urbana de países desenvolvidos. Esta análise apresentou alguns resultados interessantes como o de que as crianças que têm contato com animais, que andam descalças, que brincam na terra apresentam quadro inexistente de alergia.

Há um tempo saiu na Revista Superinteressante uma reportagem que abordava este tema e ressaltava que nunca fomos tão limpos como neste século. Em razão dos diversos recursos que propiciam a higiene como o aspirador de pó, os produtos esterilizados, os próprios hábitos cotidianos acabaram por neutralizar diversos tipos de microorganismos e consequentemente muitas doenças deixaram de existir e a expectativa de vida aumentou.

Porém, os casos de alergia aumentaram em cerca de 50% e a lógica, numa linguagem bem simples, é a seguinte: uma criança que tem hábitos de higiene rígidos, não anda descalça, vive dentro do apartamento enfim, não tem contato direto com a “sujeira” as células de defesa do organismo não têm o que fazer, afinal não tem inimigos para combater. Porém, elas foram feitas para trabalhar e ativar o sistema imunológico, então quando a criança come um amendoim, por exemplo, ela entende que ele é o “grande vilão” e o ataca promovendo a alergia ao amendoim. Isto se estende a tantos outros itens. Esta é uma das explicações  de ser o filho mais velho sempre o que sofre de bronquite alérgica, pois o irmão caçula em razão do contato com o irmão mais velho acaba sendo protegido. [M.C.F.]